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Para esta geração saber da importância dos seus ancestrais, pois também fizeram história, mesmo com os recursos existentes da época.

Alfredo Brenner

        "A terra era habitada por bugres e, ainda hoje (1990), temos descendentes morando na localidade.

          Primeiros moradores de Alfredo Brenner vindos das  "Colônias Velhas", eram todos de origem germânica, (da região de Santa Cruz do Sul, Lageado, Estrela/RS). Eram os seguintes: Carlos Müller – 1904, Fernando Krause,  Augusto Hertal,  José Braisenbach, Pedro Plentz. Mais tarde, por volta de 1914: Frederico Lauxen, Pedro Lauxen.
         
          A 1ª ferraria surgiu em 1914, sendo seus primeiros proprietários os senhores Beno Kaspa, Eduardo Schneider, Amadeu Faria, Willi Wolmeister, Arlindo Conrad, este último vendeu para o Sr. Nelson Lauxen, que a transformou em fábrica de Implementos Agrícolas (Vence Tudo).

         O primeiro moinho surgiu em 1918, sendo proprietário o Sr. Pedro Pezzini.
Primeira marcenaria: do Sr. Cristiano Pilger, seguido por seus filhos que em 1964 venderam para o Sr. Nelson Lauxen, funcionando por mais quatro anos, depois paralisou.

        Em  1914 surge a primeira serraria, e a Casa Comercial do Sr. Jacó Seffrin.  A Família Seffrin doou o terreno para construção da 1ª Escola Particular: "Aula Paroquial S.S. Três Reis" (1918 – o primeiro Professor foi um estrangeiro,  o Sr. Augusto Müller, avô do sr. Olindo Müller. Ainda se destacaram como Professores: Carlos Seffrin, Jacó Winck, Olga Leopoldina Becker, Professor Roos e Arthur Hilgert. Esta escola parou de funcionar nos anos de 1942/1943, porque em 1940 foi criado o Grupo Escolar (Estadual).

          Em  1934/35 foi fundado o primeiro hospital. O médico era o Dr. Hertel. O hospital funcionou até 1939, quando o Dr. Veras transferiu residência para Ibirubá.

       Em 1930 cria-se a sub-prefeitura e a sub-Delegacia de Polícia, que funcionavam em casas particulares. o Primeiro sub-prefeito foi o Sr. Felipe Both e o auxiliar o Sr.  Carlos Zschitschick. O primeiro sub-Delegado foi o Sr. Alberto Zeilmann.

        Em 1920 foi construído o primeiro prédio da Igreja Católica, feita de madeira e coberta de tabuinhas. Em 1960 foi construído o novo prédio, em alvenaria, para o funcionamento da Capela Três Reis de Alfredo Brenner

         Em 1953 a comunidade Evangélica construiu o prédio para funcionamento de sua Igreja, pois aqui chegaram outras famílias de evangélicos: Kempf, Brenner, Weltzer, etc.

         Em 31 de janeiro de 1929, foi instalado o cartório sendo primeiro escrivão  o Sr. Carlos Vicente Becker.  O primeiro registro de nascimento, lavrado no Ofício de Alfredo  Brenner, foi  em 1º de fevereiro de 1929, de Syvone Port. O primeiro casamento realizado foi de Pedro Alves de Souza e Maria Ventina Fernandes da Silva, em 09 de março de 1929. O 1º Juiz de Paz, foi o Sr. Leopoldo Lindemmayr. O primeiro óbito registrado neste ofício foi o do Sr. Cyrillo Cândido da Silva, no dia 17 de fevereiro de 1929.

        Em 1942 chegavam novos moradores. Pilger instalou nesta localidade uma bem montada marcenaria, mais de 30 anos seu Henrique Pilger proporcionou empregos aos moradores da Vila, na marcenaria, onde se fazia de tudo: móveis, carroças e até caixões de defunto.  Olinto tehalvino Pilger, filho mais velho de Henrique, juntamente com o Sr. Raimundo Rippel, em 1950, instalaram uma funilaria e fábrica de telas de arame.  Funcionou até meados de 1980.

       Já no ano de 1928, os Senhores Raimundo Rippel e Arnoldo Güths instalaram um açougue, sendo que naquela época o quilo de carne custava 500 réis e o couro 2.000 réis. O Sr. Arnoldo  instalou este açougue por que tinha curtume, uma selaria e uma sapataria desde 1923, por esse motivo a carne era vendida pelo preço de custo. O Arnoldo Güths também foi sub-Prefeito no início da década de '50.

          Em 1945/46, o Sr. Carlos Vicente Becker reuniu muitas pessoas e, juntos construíram um campo de aviação, pois precisavam tomar providências para combater a praga dos gafanhotos que estavam destruindo as plantações, e o campo servia  para o pouso dos aviões que vinham com o veneno.

          Nos anos de 1960/61 foi assinada  a permissão para a construção da rodoviária, pelo então sub-prefeito Helmuth Hallvass. A rodoviária estava aos cuidados do Sr. Otaciano Farias. Nessa época , passavam por essa localidade a Empresa Ouro e Prata e outras. As pessoas podiam ir até Porto Alegre, Iraí, Cruz Alta, Três Passos, Santa Bárbara do Sul. Outro ônibus que passava em Alfredo Brenner, era o da Empresa Itararé, que fazia o trajeto de Humaitá, São Carlos até Carazinho.

           O Sr. Nelson Lauxen transformou a antiga ferraria em uma bem sucedida fábrica de Implementos Agrícolas "Vence Tudo" .  Começou seu trabalho, reformando rodas de carroças e outras ferramentas agrícolas da época. Em 1965 iniciou  com  plantadeiras pica-pau, depois a 1ª plantadeira de milho com tração animal em duas e três linhas. Mais tarde criou as plantadeiras para trator, com até 4 linhas. Em 1969 começou o trabalho com fundição, pois anteriormente usava-se material  de madeiras, porém peças como engates, eram fabricadas em Passo Fundo.  A fábrica progrediu, e hoje se encontra em pleno progresso, com diversificação de linhas de Implementos, classificadores de sementes, capinadeiras, etc.

          O cultivo das tradições – O Sr. Zeno Antônio Beccker, escrivão da localidade por muitos anos, teve a idéia de formar uma sociedade de cultura, esporte e lazer em 1962, para tal convidou um grupo de jovens da localidade. No início o grupo só se reunia para um "bate papo" informal, jogar snooker e bolãozinho, depois começaram as apresentações das peças teatrais: "Ladrão Inocente", "Filho Pródigo", "Menina Pobre" e "Desafio". As localidades mais visitadas pelo grupo foram: Santa Clara do Ingaí, Lagoa dos Três Cantos, Linha Floresta, Barra Grande-Iraí, São Paulo Pontão, Arroio Grande, Quinze de Novembro, entre outros. As peças de teatro faziam muito sucesso.  Com o dinheiro arrecadado nas apresentações foram adquiridos: um aparelho de som, cortinado, biblioteca, entre outras coisas.

            Nessa época , no departamento artístico da Sociedade Paraguaçú, surgiu a idéia de formar um CTG (Centro de Tradições Gaúchas), em 1966. Depois de muitos ensaios, começaram a darçar: "Cana Verde", "Tatu", "Tirana de Ombro" e muitas outras. As vestimentas eram muito admiradas por todos, especialmente os vestidos das Prendas, sendo denominados carinhosamente de "Vestido Pingado" por que quando  dançavam aos refletores da luz, pareciam pingos de chuva dançando. O Grupo fez muito sucesso, especialmente no salão de Baile da localidade pertencente ao Sr. Otto Lauxen.

A TROCA DO NOME

            O povoado foi denominado Rincão Sefrin, em homenagem ao  seu primeiro colonizador, Jacó Seffrin. Era distrito de Cruz Alta, mas essa denominação não durou muito tempo. Em 1939 os cruzaltenses resolveram homenagear o já falecido ex-Prefeito de Cruz Alta Alfredo Brenner, pois o mesmo tinha prestado vários serviços à comunidade. A solenidade da troca da nomenclatura aconteceu  no dia 05 de janeiro de 1939, sendo um ato político muito festejado.

            Alfredo Brenner, graças ao espírito de luta e trabalho de seu povo, desde os pioneiros até hoje, continua progredindo."

Bibliografia: Livro "Ibirubá – ANO 35" págs. 54,55,56

...para que pessoas nascidas ou moradoras de Alfredo Brenner também possam, criar um blog sobre as características atuais. Para que a geração futura saiba também valorizar suas origens.

Previsão do tempo em Alfredo Brenner

4 comentários:

  1. Quero incluir, aqui, algumas informações muito importantes. As pessoas se reuniam no Salão Lauxen, do meu pai, João Otto Lauxen e da minha mãe, Valéria Lauxen. O Grupo cultural Paraguaçu foi coordenado pela minha irmã, Sidéria Maria Lauxen, professora e diretora do Grupo Escolar de Alfredo Brenner. Fiz parte do grupo de teatro e também dos ensaios do CTG. Meu pai foi o maior colaborador da época. No seu anonimato, oferecia gratuitamente o seu salão para as apresentações teatrais, ensaios de danças, bolãozinho para as mulheres, cinemas, casamentos, aniversários, comícios, urnas eleitorais, jogos de bolão, carteado. os bailes no salão do meu pai, eram grandiosos. Muitos músicos e cantores se apresentara lá, entre eles, Sérgio Reis, Luiz Gonzaga, The Minks, Gildo de Freitas...

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  2. Desculpe: meu nome é Eloí, com acento agudo no “i”
    Meu nome completo: Eloí Terezinha Lauxen Peruzzolo. Sou do sexo feminino. Sou casada com Adair Caetano Peruzzolo. Tenho três filhos: Tatiana, Carina e Juliano.

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    1. Srª. Eloí Peruzzolo, seu relato enriquece a história do povo desta região. Muito apreciado.

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  3. Me chamo José Adair Silva e nasci nessa região no ano de 1956, fui registrado no cartório do Sr. Zeno Antonio Becker, sou filho de Martino da Silva e Jurema Rocha da Silva, meu avô paterno era o Sr. Oclides Antonio da Silva e minha avó Izaura de Abreu. Nós morávamos nas terras do meu avô que faziam divisa com as terras do Sr. Reinaldo Schwartz e do Sr. João Abreu um senhor que era benzedor e que diziam tinha muitas posses, emprestava dinheiro a juro para quem precisasse. Esse senhor vivia com três mulheres, a esposa Valeriana e suas duas irmãs Brandina e Amélia que nunca se casaram. Lembro que meus pais vinham até a vila Alfredo Brenner a cavalo ou de carroça fazer compras de mantimentos, roupas e ferramentas. Meu tio Bruno Lauxen que era casado com uma irmã do meu pai era sapateiro na vila. A última lembrança que tenho foi o dia da minha crisma na igreja junto a uma multidão de crianças porque era muito difícil vir o bispo para realizar a crisma. No ano de 1965 eu tinha 9 anos e toda nossa família mudou-se para Santa Catarina onde vivo até hoje. Essas são algumas das lembranças que guardo deste lugar e apesar da pouca idade que eu tinha na época tenho muitas saudades.







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